A casa da família Fernandes está quase pronta graças à ajuda de muitos

Um grupo de empresas e particulares da região de Aveiro pôs mãos à obra para recuperar a habitação de uma família que ficou parcialmente destruída nos incêndios ocorridos em Junho de 2017.

Nos incêndios de 2017 perderam-se vidas e bens e o concelho de Castanheira de Pera, em Leiria, foi um dos mais afectados. “Foi o pior dia da minha vida”, disse Nuno Fernandes ao Diário de Aveiro sobre o 17 de Junho desse ano. “Tentámos socorrer a nossa casa, mas só tivemos tempo de fugir”, contou.

A habitação da família Fernandes, na povoação de Valinha Fontinha, na tristemente célebre Estrada Nacional 236 – que ficou conhecida como a “estrada da morte” após os fogos de 2017 -, foi parcialmente destruída pelas chamas. E é aí que entra o projecto Castanheira Renasce, que um grupo de empresários, com Sérgio Chéu à cabeça, pôs de pé para ajudar as vítimas da tragédia de há três anos. O objectivo é recuperar a casa que Nuno Fernandes e a família, num total de sete pessoas, habitavam naquela pequena povoação de Castanheira de Pera. O empreendimento foi posto em marcha pouco depois da tragédia de 2017 e, passo a passo, está agora na sua recta final. Sérgio Chéu, director-geral da empresa aveirense Smart Vision, acredita que a reconstrução, salvo contratempos, ficará concluída ainda no primeiro deste ano.

“Não podemos mudar o mundo”
Segundo o empresário, a maior parte da empreitada está executada, mas há ainda arranjos a fazer no interior e no exterior do edifício. Os recursos necessários, quer financeiros quer materiais, já estão assegurados e agora é “meter mãos à obra” para o que resta dos trabalhos, disse ontem ao Diário de Aveiro.

O Castanheira Renasce vive da generosidade de empresas e particulares. “O projecto depende da boa vontade e da disponibilidade de quem se quis associar”, explica. Várias empresas e pessoas chegaram-se à frente e têm dado contributos sem os quais o projecto não teria saído da gaveta. O mobiliário em falta será fornecido pelo Ikea e as pinturas ainda em falta serão asseguradas pela Cin, deu como exemplo. Após a tragédia, a família mudou-se provisoriamente para um prédio de habitação social em Castanheira de Pera, que ocupa sem custos – a Câmara local é um dos parceiros do projecto. “Estão com muita vontade de regressar à sua casa”, diz Sérgio Chéu.

“O projecto depende da boa vontade e da disponibilidade de quem se quis associar”

Ainda se pensou que o último Natal já seria passado em Valinha Fontinha, mas uma empreitada à base do voluntariado corre sempre o risco de sofrer alguns atrasos, lembra o empresário. O projecto Castanheira Renasce, admite, “está a dar muito trabalho e dores de cabeça”, mas não há lugar ao “arrependimento”. “Sentimos um orgulho enorme por estarmos a ajudar alguém que precisa. Não podemos mudar o mundo, mas podemos sempre fazer alguma coisa pelos outros”, diz o homem de quem partiu a ideia.

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in Diário de Aveiro:  https://www.diarioaveiro.pt/noticia/52435